Capítulo V - Conto Para Sempre | | By Cassia Corletto| |

                                    Continuação do Conto "Caminhos" | | By Jaqueline Pimentel | |

              4º Capítulo - "Lembranças" | | By Cassia Corletto | |

Os devaneios em pensamentos me afastavam do sono, e a vontade de dormir se fora com os pensamentos, quando comecei a observar aquele cenário vazio e gelado. Lembranças me fizeram voltar ao passado, revivi o momento em que meu pai gritara com minha mãe naquele mesmo quarto, tinha 5 aninhos naquela época. Meu pai chegou eufórico por causa do vicio em bebidas. A primeira coisa que fazia quando isso acontecia era correr para aquele quarto, e me esconder embaixo de alguns caixotes, mas não imaginava que ele levaria minha mãe até lá. Não parou na gritaria, desta vez, minha mãe ficou inconsciente ao chão por causa das pancadas que levara. Corri para o meu quarto com as lágrimas quentes escorrendo no meu rosto, deitei e fiquei quietinha, tentando abafar os soluços. Só me lembro de quando a vizinha me pegou em seu colo, puxou um casaco do armário e me levou em seus braços para o carro que acompanharia a ambulância. Ninguém nunca soube que presenciei essa cena. Virei para o outro lado da cama, tentando desviar minha atenção das lembranças, quando meu olhar se deparou com um porta-retratos, que estava no criado mudo, um tanto velho e empoeirado. Era amarelo claro, e a foto que estava dentro, era de uma criança, com um vestido colorido, chuquinhas, uma boneca na mão e um sorriso um tanto encantador. Algumas malas faziam o cenário da foto.  Estiquei o braço para pega-lo e várias dúvidas já surgiram em minha mente: quem seria essa criança? Onde foi tirada essa foto? O quadro escorregou da minha mão, e se espatifou no chão, quando reparei que ele estava aberto e atrás da foto tinha algumas palavras quase apagadas. Inclinei-me para pegar a foto que dizia: “Te Amamos, Sophie! Sr. e Sra. Thompsons, Papai e Mamãe”. Naquele instante soube que a menina de vestido colorido, era eu, mas não me recordava onde fora tirada essa fotografia e nem de possuir Thompsons em meu sobrenome. Deitei encabulada, sem saber ao certo o que pensar, talvez algo relacionado ao meu passado... Deixa pra lá, pensei, o que importa neste instante, é Christian! Guardei o quadro em minha bolsa e me joguei na cama novamente, precisava descansar. Em alguns instantes, fui tomada pela força do sono. Adormeci.

Acordei com os raios de sol que penetravam as cortinas, que balançavam com a fraca brisa que passava pelos vãos da janela, mas a neve ainda deixava seus blocos de gelo tocar o chão...